Anistia não é de esquerda nem de direita — é questão de humanidade

Por Robertão Chapa Quente

Muito se fala, se grita, se acusa, mas pouca gente realmente entende o que significa anistia. E mais do que isso: pouca gente tem coragem de dizer a verdade nua e crua. Anistia não é bandeira de esquerda nem de direita. É uma questão de direitos humanos e, acima de tudo, de justiça com equilíbrio.

A história do Brasil está cheia de exemplos. O ex-presidente Lula, por exemplo, já pediu anistia. Outros políticos, de todos os espectros ideológicos, também. Seja por perseguição política, por envolvimento em manifestações ou por ações controversas que, com o tempo, ganharam outras interpretações.

Não dá pra fingir que erros não acontecem. Aliás, errar é humano. E é por isso que a anistia existe: para corrigir excessos, rever injustiças e permitir recomeços. Não é passar pano, mas sim reconhecer que a lei e o julgamento não podem ser usados como armas de vingança política.

Muitos dos que hoje atacam a ideia de anistia esquecem que seus próprios ídolos já se beneficiaram dela. E se você acha que anistiar é o mesmo que absolver totalmente, é porque nunca parou pra estudar a história. A anistia, muitas vezes, vem acompanhada de condição, de reconhecimento do erro, de limites. Mas vem também com a chance de virar a página — e isso, num país tão dividido, deveria ser desejado por todos.

Portanto, vamos parar de transformar tudo em guerra ideológica. A anistia não é fraqueza, é sabedoria. É olhar para o futuro sem esquecer o passado, mas também sem viver eternamente preso a ele. Afinal, quem nunca errou, que atire a primeira pedra.