“Eu juro, padre… foi uma vez só!”


POR . ROBERTÃO CHAPA QUENTE . EITA PROSA BOA .
Lá pelas bandas do interior, numa igrejinha pequena mas cheia de fé, apareceu o Zé da Roça, chapéu na mão, passo miúdo e cara de quem tinha feito coisa errada.
Entrou no confessionário meio sem jeito, olhou pros lados, coçou a cabeça e disse:
— Padre… eu vim aqui porque tô com a consciência mais pesada que vaca atolada no brejo.
O padre, sempre calmo, responde:
— Fale, meu filho, o que aflige sua alma?
Zé engoliu seco e confessou:
— Padre… eu dei uma escapada com a mulher do padeiro. MAS FOI SÓ UMA VEZ, EU JURO, FOI UMA VEZINHA SÓ!
O padre respirou fundo, olhou pra cruz e pensou: “Essa vai precisar de reforço”.
Então, virou pro Zé e disse:
— Pois bem, meu filho. Pra se redimir, cê vai rezar cinquenta Ave-Marias, trinta Pai-Nossos, e durante uma semana vai ajudar na missa, lavar o altar e carregar todas as cadeiras da igreja!
Zé arregalou os olhos, tirou o chapéu de novo, coçou o queixo e perguntou, desesperado:
— Pelo amor de Deus, padre… se fosse DUAS VEZ, eu tinha que reconstruí a igreja inteirinha?
Padre segurou o riso, mas não teve jeito: caiu na gargalhada.
Moral da história: no interior, até o pecado tem bom humor — e penitência vira história!
COMPARTILHA SE GOSTOU.