“Ouvidorias Municipais: Voz do Povo ou Só Mais um Enfeite no Site da Prefeitura?”

“Ouvidorias Municipais: Voz do Povo ou Só Mais um Enfeite no Site da Prefeitura?”

POR . ROBERTÃO CHAPA QUENTE .

As ouvidorias públicas existem para ser o elo direto entre o cidadão e a administração municipal. Na teoria, são ferramentas poderosas para garantir que a população seja ouvida, tenha seus problemas encaminhados e, mais que isso, receba respostas e soluções. Mas será que isso acontece mesmo?

Criadas para dar transparência, resolver conflitos e melhorar os serviços públicos, as ouvidorias deveriam funcionar como um canal de escuta ativa e participação cidadã. O cidadão registra uma queixa, sugestão ou denúncia — e o órgão competente toma providências. Pelo menos, é o que diz o manual.

Na prática, no entanto, o cenário é bem diferente em muitas cidades do Brasil. Em alguns municípios, o canal de ouvidoria se tornou apenas uma formalidade — um espaço burocrático onde as mensagens da população se acumulam, sem retorno, sem respostas e, principalmente, sem soluções.

Entre os problemas mais comuns estão:

Falta de retorno ou resposta automática genérica;

Demandas ignoradas ou “engavetadas”;

Falta de transparência nos encaminhamentos feitos;

Demora excessiva no atendimento.

A confiança da população nessas plataformas cai justamente quando a ouvidoria não cumpre sua função básica: dar voz e atenção ao cidadão. E, quando isso acontece, muitos acabam recorrendo a redes sociais, imprensa e até ao Ministério Público — canais que, muitas vezes, pressionam mais que o próprio sistema oficial.

Por outro lado, em cidades onde a ouvidoria é levada a sério, os resultados são positivos. Reclamações viram melhorias nos serviços, sugestões viram ações concretas, e o cidadão se sente valorizado. Tudo depende de gestão, vontade política e compromisso com a participação popular.

Afinal, ouvidoria não pode ser apenas um e-mail jogado no vazio. Precisa ser ponte real entre quem paga os impostos e quem administra o dinheiro público.

Fique atento: sempre registre seu protocolo, anote datas e, se não tiver retorno, procure outros meios para fazer valer sua voz.

Se a ouvidoria da sua cidade é um “barco furado”, talvez seja hora de levantar a voz e cobrar mudanças. A ferramenta existe — falta funcionar.

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Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

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