A Crônica do Macaco Louco .Por Robertão Chapa Quente .


Era uma vez, na vasta e misteriosa selva tropical, um macaco que todos chamavam de Louco. Não porque fosse realmente insano, mas porque sua criatividade e ousadia desafiavam a lógica de qualquer outro animal. Enquanto os outros macacos se contentavam em pular de galho em galho e comer frutas, o Macaco Louco inventava estripulias que viravam lenda na floresta.
Uma vez, decidiu que iria voar. Sim, voar! Reuniu folhas gigantes, cipós trançados e até penas roubadas dos tucanos mais distraídos. Sua invenção, que ele orgulhosamente chamou de “Asas Tropicais”, não durou muito. Assim que pulou do penhasco para testar sua obra-prima, foi parar direto no lago, espirrando água em todos os lados. Os outros macacos gargalharam, mas ele emergiu triunfante. “Aprendi que o voo exige paciência”, disse, balançando a cauda encharcada.
Outro dia, decidiu que iria criar música. Reuniu cocos, bambus ocos e até conseguiu um fio de aranha gigante para fazer um instrumento de cordas. Sentado em um tronco, tocava sua “Sinfonia Selvagem”, enquanto os pássaros se aglomeravam para assistir. Embora o som fosse mais barulho que melodia, ele dançava como se estivesse em um grande palco. “A música não está nos ouvidos, mas no coração”, dizia ele, cheio de confiança.
O Macaco Louco era assim: incompreendido por muitos, admirado por poucos, mas nunca ignorado. Ele tinha um jeito de enxergar o mundo que fazia até a árvore mais velha sorrir. “Por que ficar preso ao chão se podemos alcançar as estrelas?” era uma de suas frases favoritas.
E assim ele viveu, desafiando as convenções, inspirando os mais jovens e irritando os mais velhos. Sua loucura era, na verdade, a liberdade de quem não tinha medo de errar, de sonhar, de ser diferente.
Até hoje, dizem que, nas noites mais claras, dá para ouvir sua risada ecoando na floresta. Talvez seja apenas o vento, ou talvez seja o Macaco Louco nos lembrando de que a vida é muito curta para não ser vivida com paixão e ousadia.
E como diria o jornalista Roberto Torrecilhas, o Robertão Chapa Quente, “o Macaco Louco nos ensina que é preciso coragem para seguir nossos próprios caminhos, mesmo que eles pareçam insanos para os outros.”