SERÁ QUE VAI FUNCIONAR? A SAÚDE EM CRISE E O CARNAVAL BATENDO À PORTA .

SERÁ QUE VAI FUNCIONAR? A SAÚDE EM CRISE E O CARNAVAL BATENDO À PORTA .

📍 Por Robertão Chapa Quente

Fevereiro chegou e, com ele, dois cenários opostos: de um lado, o caos na saúde pública com UPAs sem médicos, demora absurda nos atendimentos e farmácias populares desabastecidas. Do outro, a alegria do carnaval, com trios elétricos ensaiando e foliões prontos para cair na festa. Mas será que essa equação vai fechar?

O retrato da crise é o mesmo em várias cidades do país: pacientes esperando horas por atendimento, médicos sobrecarregados e, em alguns casos, simplesmente ausentes. Em algumas unidades, faltam insumos básicos, como gaze e soro fisiológico, sem falar nos remédios de uso contínuo que sumiram das prateleiras das farmácias públicas. Quem precisa de atendimento de urgência já sabe que vai encarar um verdadeiro teste de resistência.

Enquanto isso, as prefeituras investem milhões para garantir que o carnaval aconteça sem falhas. Estruturas imensas estão sendo montadas, cachês altíssimos pagos a artistas e reforço na segurança planejado para manter a festa sem incidentes. Não que o povo não mereça um momento de alegria, mas a pergunta que fica no ar é: e a saúde, onde entra nessa prioridade?

A ironia da situação é evidente. No meio da folia, muita gente vai acabar precisando de atendimento médico – seja por excesso de álcool, insolação ou simples acidentes comuns em grandes aglomerações. E quem vai socorrer se as UPAs já não dão conta da demanda atual? Se hoje já falta atendimento, imagina quando os hospitais forem lotados por foliões passando mal?

A saúde pública já vive um colapso, e a grande dúvida é: será que esse carnaval não será a gota d’água para mostrar de vez que o sistema não aguenta mais? O povo quer festa, mas também quer dignidade. Quem está no comando precisa lembrar que o verdadeiro espetáculo não é na avenida, e sim na vida real, onde o direito à saúde deveria vir antes de qualquer confete.

E aí, será que vai dar certo? Ou será que, depois do carnaval, o que restará é um Brasil ainda mais doente?

CRÔNICA DO ROBERTÃO CHAPA QUENTE.

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Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

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