“É uma oportunidade de me enquadrar nesse novo mundo”, diz atleta militar paralímpico
Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo sedia etapa nacional das Paralimpíadas Militares 2023
Fábio Augusto Irapuãm Casitas é professor de educação física no 2º Batalhão de Polícia do Exército Brasileiro e atleta atirador de tiro esportivo de pistola. Nascido e criado no bairro da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, ele é um dos 25 finalistas da Competição de Tiro Esportivo da etapa nacional das Paralimpíadas Militares 2023, realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. O torneio aconteceu nesta quinta (5) e sexta-feira (6), na Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo (EEF).
O paratleta auxiliava no transporte de carro alegórico durante o carnaval, quando foi atropelado pelo veículo em 2013. O acidente o deixou tetraplégico e Fábio decidiu se tornar atleta paralímpico. Desde então, sente que a integração e sua socialização aumentaram.
“É uma nova oportunidade, uma nova construção de vida, porque depois que a gente sofre um acidente, a gente tem que se reinventar. Por meio do tiro esportivo estou conseguindo me enquadrar nesse novo mundo”, finalizou Fábio, que tem o objetivo de evoluir como atleta, chegando até a Seleção Brasileira para competir nas Paralimpíadas.
O evento contou com a participação de 25 paratletas, que representam diversas instituições militares e policiais, tais como a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira, as Polícias Militares dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, além do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e Guarda Civil Metropolitana de Foz do Iguaçu (PR).
Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo
A EEF foi sede desta etapa da competição principalmente por conta da estrutura do local. São salas de aula, vestiários e estacionamento com acessibilidade para todas as pessoas, além do estande de tiro que conta com uma acústica apropriada e proteção adequada.
A importância deste evento para a PM é fomentar para o policial militar que o esporte é lugar para todos. “São militares que, em decorrência de acidentes ou alguma ocorrência, acabaram se afastando ou aposentando por conta da lesão que tiveram. É importante o policial militar entender que embora tenha uma limitação física, ele pode continuar representando o seu estado e a sua instituição através do esporte”, disse a capitão Hérika Viana Costa, chefe da seção de finanças da EEF e porta-voz do comandante da Escola.
A EEF é um centro de treinamento físico e técnico-operacional para os policiais, com cursos de força tática, de tiro defensivo na preservação da vida, defesa pessoal policial e o estágio de policiamento com bicicletas. Além dos testes de aptidão física para quem ingressa na PM. Os policiais formados na EEF são responsáveis por multiplicar o conhecimento nas respectivas unidades de todo Estado. Atualmente 100 policiais são atuantes na escola.
Conexão Paralímpica
A Conexão Paralímpica é uma competição de nível nacional que reúne atletas das forças militares do Brasil, neste caso, no torneio de tiro esportivo.
São duas competições, a de carabina e pistola. Na modalidade de carabina, existem atletas de duas categorias, a SH1 e SH2. A SH1 são atletas com alguma deficiência dos membros inferiores e que não requerem suporte para a arma. Já os da SH2 são para atiradores com deficiência nos membros superiores, atletas amputados ou tetraplégicos, que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com os braços e precisam de suporte para a arma.
“Nosso intuito é dar uma chance aos nossos atletas das forças militares de todo Brasil e fazer com que a modalidade cresça, além de fazer com que nossos atletas integrem a equipe brasileira”, citou James Walter, coordenador técnico de tiro esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro, responsável por coordenar e acompanhar as equipes nacionais e internacionais.
Amanda Ramos