Quando os ratos abandonam os porões dos navios

Vivemos um tempo sombrio. Um tempo em que as máscaras caem, os discursos se desmancham e os bastidores do poder escancaram um teatro de interesses, vaidades e traições. O Brasil atravessa um momento crítico — não apenas político, mas moral, institucional e espiritual. E, como em todo navio condenado ao naufrágio, os ratos já começam a abandonar os porões.

A possível saída de um ministro do Supremo Tribunal Federal antes da aposentadoria compulsória é sintomática. Não se trata de cansaço, nem de aposentadoria precoce por mérito. Trata-se de algo maior: o medo. Medo da exposição. Medo das consequências. Medo da verdade. Medo de que o castelo de cartas desmorone de vez.

A velha máxima da política brasileira — “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei” — nunca foi tão visível. Decisões judiciais que antes seriam motivo de vergonha em qualquer democracia, hoje são festejadas como atos heroicos por uma imprensa amestrada e um sistema aparelhado. Mas até os bastidores mais escuros têm luz. E quando ela começa a invadir os porões, os ratos correm. Correm porque sabem o que fizeram. Correm porque a hora do acerto de contas pode estar próxima.

Enquanto isso, o povo brasileiro — aquele que trabalha, acorda cedo, paga seus impostos e ora por justiça — observa indignado. Vê a Constituição sendo ignorada. Vê opositores sendo silenciados. Vê líderes sendo algemados enquanto criminosos de toga são aplaudidos. Vê um país de cabeça para baixo.

Mas os ratos esquecem que os porões não os salvarão. E que quando o navio afunda, por mais que fujam, o mar da justiça — ainda que tardia — os alcançará. Não a justiça dos homens, corrompida e seletiva. Mas a justiça que nasce do clamor do povo e da verdade que nenhuma toga pode calar.

O Brasil precisa acordar. Não podemos mais aceitar que meia dúzia de iluminados joguem o país na lama em nome de seus próprios interesses. A história é implacável com os traidores da pátria. E os ratos que hoje fogem do navio da própria corrupção ainda terão seus nomes gravados na vergonha nacional.

O navio pode estar afundando. Mas quem ama esta nação ainda está de pé no convés, lutando para virar o leme. E a limpeza começa pelos porões.

Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.

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Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

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