Editorial: Quando a liberdade de criminosos custa o terror de inocentes

A recente ação da Polícia Civil de São Paulo, que resultou no resgate de 10 pessoas sequestradas, escancara uma ferida que o Brasil insiste em ignorar: a reincidência criminal. Entre os autores do sequestro estavam dois criminosos reincidentes e um que havia deixado a prisão há apenas 30 dias. Trinta dias. Um mês depois de ganhar as ruas, já estava de volta ao mundo do crime — agora, submetendo inocentes ao terror.
Uma das vítimas, ao ser libertada, se ajoelha e agradece a Deus. A imagem emociona, sim. Mas também revolta. Porque ela não representa apenas um alívio individual, mas o desespero de milhões de brasileiros que vivem reféns do medo, da impunidade e de um sistema que privilegia o direito dos criminosos em detrimento da proteção das vítimas.
Quantas vidas mais precisarão ser marcadas pela violência para que o Brasil leve a sério a reincidência criminal? Quantos inocentes ainda terão que agradecer a Deus por terem sobrevivido a algo que nunca deveriam ter enfrentado?
É urgente e inadiável uma reforma legislativa firme, que trate com responsabilidade os reincidentes. Quem escolhe voltar ao crime deve perder benefícios. Prisão não pode ser vai e volta. A sociedade exige leis que a protejam — e não que a coloquem em risco. Justiça que solta criminosos para que voltem a agredir é injustiça disfarçada.
O povo brasileiro, trabalhador e honesto, não merece viver com medo de quem já foi preso e volta a agir como se nada tivesse acontecido. A vida dos inocentes precisa valer mais do que os “direitos” dos culpados.
Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.