A FARRA DOS TÍTULOS DE CIDADÃO: QUANDO O MÉRITO É SUBSTITUÍDO PELO INTERESSE POLÍTICO

Nos últimos anos, o que deveria ser um gesto nobre de reconhecimento se transformou em uma verdadeira farra política. O título de Cidadão Honorário — criado para homenagear pessoas que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento social, econômico ou cultural de uma cidade — passou a ser distribuído como moeda de troca, ferramenta de marketing político e, em muitos casos, instrumento de autopromoção.

Em diversas câmaras municipais, esses títulos são concedidos a figuras que pouco ou nada fizeram pela população local. Muitos recebem apenas por manter boas relações com vereadores, deputados ou grupos influentes. Enquanto isso, verdadeiros trabalhadores — os que acordam cedo, suam, lutam e constroem o progresso da cidade com o próprio esforço — seguem ignorados.

A banalização dessas honrarias revela um problema ainda mais profundo: o uso político do reconhecimento público. O que era para ser símbolo de gratidão se tornou vitrine de interesses pessoais e partidários. Em vez de homenagear professores, bombeiros, líderes comunitários, voluntários e cidadãos exemplares, os títulos acabam parando nas mãos de empresários apadrinhados, influenciadores de ocasião e aliados estratégicos.

Essa prática enfraquece o valor moral da homenagem e gera descrédito na sociedade. Afinal, de que vale um título que não reflete mérito, mas conveniência? De que serve reconhecer quem pouco contribuiu, enquanto o verdadeiro cidadão, que faz a diferença todos os dias, continua invisível?

É hora de rever critérios, cobrar transparência e devolver a esses títulos o respeito que merecem. O reconhecimento público deve ser uma honra conquistada pelo exemplo e pela dedicação à comunidade — e não um prêmio de gabinete, distribuído conforme interesses políticos.

A sociedade precisa ficar atenta, fiscalizar e exigir que as homenagens sejam dadas a quem realmente honra o nome da cidade com trabalho, ética e compromisso. O título de cidadão deve ser símbolo de mérito, não de manobra.

✍️ Jornalista, Radialista, Blogueiro, Escritor e Apresentador Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital, RMC TV, Grupo JDB de Comunicação e Notícias e Rádio Notícia, detentor das marcas registradas Jornal Digital do Brasil e RMC TV.

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Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

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