Ilhas de calor: sem árvores cidades ficam mais quentes
Restauração florestal está entre as ações que ajudam a reduzir o calor nas grandes cidades.Projeto Olhos da Serra estimula o plantio de espécies nativas e cria cartilha digital para informar a população sobre a importância da recomposição florestal
Em tempos de mudanças climáticas perceptíveis no dia a dia, estudo publicado na revista científica Nature Communications, a partir da avaliação de 293 cidades europeias, indica que é possível diminuir a temperatura na área urbana. O antídoto contra as “ilhas de calor”, efeito que torna as cidades mais quentes, é o plantio de árvores. A pesquisa demonstra que em áreas arborizadas a temperatura do solo é até 12 graus mais baixa que em locais sem árvores.
“Ilhas de calor” é um termo usado para se referir a áreas urbanas com grande concentração de construções, asfalto e poluição, onde ocorre um aumento na temperatura devido a falta de vegetação. As plantas contribuem para o combate das ondas de calor, primeiro porque fornecem sombras deixando os locais mais frescos do que os expostos ao sol. As árvores realizam um processo chamado “evapotranspiração”, que é a liberação de vapor de água na atmosfera, o que ajuda a refrescar o ambiente naturalmente.
“Além disso, toda a vegetação colabora também com a absorção de gases como o gás carbônico e promovem a fixação dele nos caules e solo, além de reter fuligem e partículas em suas folhas limpando dessa forma os poluentes atmosféricos e amenizando o calor. Por isso a importância da recomposição florestal”, explica Eduardo Paniguel, engenheiro ambiental e gestor do projeto Olhos da Serra pelo Consórcio PCJ.
O projeto Olhos da Serra, iniciativa do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) com patrocínio da Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil e parceria da Fundação Serra do Japi, em sua segunda etapa, norteia as ações na Serra do Japi a partir de seis eixos temáticos. Um deles, “restauração florestal”, tem importância fundamental para a conservação deste território, que é um dos últimos trechos de floresta contínua do Estado de São Paulo.
A conservação de matas nativas se reverte em benefícios para a população e também à fauna. Quando somada à restauração vegetal, contribui também para a melhoria da qualidade da água. “Com as mudanças climáticas, percebemos cada vez mais essas “ilhas de calor” principalmente nas cidades com poucas árvores. As pessoas precisam entender que existe uma ligação direta entre o desmatamento e os eventos extremos como estiagem, altas temperaturas, tempestades e inundações”, ressalta.
Em áreas, como a Serra do Japi, o plantio de espécies nativas é ainda mais benéfico para evitar as “ilhas de calor” nas cidades do entorno. “As árvores e a vegetação arbustiva que compõem essas áreas são fundamentais para garantir que exista um sub-bosque estabelecido, que vai impactar diretamente na temperatura, promovendo um ambiente mais fresco. Isso tudo ajuda também na infiltração de água no solo, protegendo nascentes e evitando a erosão. Além disso, a restauração florestal é essencial para conservar o habitat da fauna e isso é importante independente do bioma”, enumera a Superintendente da Fundação Serra do Japi, Vânia Plaza Nunes.
Cartilha digital
Como forma de sensibilizar a população sobre a importância do plantio de árvores e recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP), incluindo matas ciliares, o projeto Olhos da Serra está elaborando uma cartilha educativa que será disponibilizada de forma digital.
“As florestas nativas remanescentes são baús de riqueza e devemos sempre conservá-las em seu estado natural”, orienta a cartilha. O material educativo também explica a função ambiental das APPs. Os proprietários rurais na área do Japi têm a obrigação de manter e recompor a vegetação nativa destas áreas. Entre os deveres dos proprietários estão a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Projeto de Recuperação Ambiental (PRA).
Outra abordagem importante no material educativo é sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A RPPN protege a área escolhida da propriedade particular, que pode ser visitada ou utilizada com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. A RPPN é uma forma de proteger a diversidade biológica e receber benefícios como a redução de impostos ou pagamentos por serviços ambientais.
O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que também integra as informações da cartilha, é regido por legislação. Em agosto deste ano, atualizações do Código Florestal e da Política Nacional de PSA estabeleceram que as áreas de proteção permanente em bacias hidrográficas críticas para o abastecimento também podem receber recursos com a devida conservação. Além de incentivos públicos dos municípios, há também incentivos privados, provenientes da comercialização dos créditos de carbono e projetos.
“No material, também tivemos o cuidado de relacionar informações sobre leis atualizadas, que podem ser consultadas pelos proprietários de áreas na Serra do Japi”, destaca Vânia Plaza Nunes.
Interessados em receber plantios voluntários em áreas da propriedade podem entrar em contato com o Olhos da Serra: olhosdaserra@agua.org.br. Informações sobre o projeto estão disponíveis em www.agua.org.br/olhosdaserra.
Projeto Olhos da Serra
Conduzido pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com patrocínio de Coca-Cola Brasil e Coca-Cola FEMSA Brasil, o Olhos da Serra tem o propósito de conservar os recursos hídricos na região. Como prioridade total no projeto, a preservação dos recursos naturais compreende, entre outras atividades, o combate a incêndios, com formação de brigadistas e aplicação de curso de capacitação profissional pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a educação ambiental, o monitoramento de invasões humanas, a promoção de ações de reflorestamento e saneamento rural, com a implantação de uma propriedade modelo com tratamento de efluentes, gestão de resíduos e de água cinza.
O Olhos da Serra também conta com a parceria das seguintes instituições: Prefeitura Municipal de Jundiaí (Diretorias de Meio Ambiente, de Agronegócios e de Parcerias Estratégicas, Guarda Municipal – Divisão Florestal e Defesa Civil); Fundação Serra do Japi; DAE Jundiaí; Fundação Florestal; Embrapa; Instituto Cerrados; Associação dos Amigos dos Bairros de Santa Clara, Vargem Grande, Caguassu e Paiol Velho (SAB Santa Clara); Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA); Conselho Gestor da Serra do Japi (CGSJ); Companhia de Informática de Jundiaí (Cijun) e Aliados pela Água.
Consórcio PCJ
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) é uma associação de usuários de água, de direito privado e sem fins lucrativos, integrada por 41 municípios e 23 grandes empresas. A entidade possui independência técnica e financeira para a realização de atividades de recuperação e preservação dos mananciais das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, as Bacias PCJ (UGRHI 5).
Segundo o presidente da entidade e prefeito de Limeira (SP), Mario Botion, “nossa visão é a de contribuir para uma sociedade mais justa, economicamente viável e sustentável, que respeite a água em todos os seus usos e potenciais, em atenção às mudanças climáticas. Desta forma, nossa missão é a de integrar todos os setores da sociedade em prol da gestão eficiente da água, do saneamento e do meio ambiente”.
O Consórcio PCJ é referência nacional e internacional na gestão de recursos hídricos, membro de importantes instituições ligadas à área, como o Conselho Mundial da Água, as Redes Internacional, Latina e Brasileira de Organismos de Bacias (RIOB, RELOB e REBOB), além de ser o único representante das Bacias PCJ no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Coca-Cola Brasil
O Sistema Coca-Cola Brasil atua em cinco grupos de bebidas — colas, sabores, hidratação, nutrição e emergentes — com uma linha de mais de 200 produtos, entre sabores regulares e versões sem açúcar ou de baixa caloria. Composto por sete grupos de fabricantes franqueados, o Instituto Coca-Cola Brasil, mais Verde Campo e a parceria com Leão Alimentos e Bebidas, o Sistema emprega diretamente 56,6 mil funcionários. A empresa aposta em inovação para ampliar seu portfólio e atingir o objetivo de destinar corretamente o equivalente a 100% de suas embalagens até 2030. A Coca-Cola Brasil trabalha para oferecer cada vez mais opções com menos açúcar adicionado e no incentivo a iniciativas que melhorem o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua.
Coca-Cola FEMSA Brasil
A Coca-Cola FEMSA, S.A.B. de C.V. é a maior engarrafadora da franquia Coca-Cola do mundo por volume de vendas. A companhia produz e distribui bebidas das marcas registradas da The Coca-Cola Company, oferecendo um amplo portfólio de 131 marcas a mais de 266 milhões de consumidores todos os dias. Com mais de 80 mil colaboradores, a companhia comercializa e vende aproximadamente 3,5 mil milhões de caixas-unidade por meio de quase 2 milhões de pontos de venda por ano. Operando 49 unidades de manufatura e 260 centros de distribuição, a Coca-Cola FEMSA está comprometida a gerar valor econômico, social e ambiental para todos os seus grupos de interesse em toda a cadeia de valor. A companhia é membro do Índice de Sustentabilidade de Mercados Emergentes do Dow Jones, Índice de Sustentabilidade MILA Pacific Alliance do Dow Jones, FTSE4Good Emerging Index, e do índice S&P/BMV Total México ESG, entre outros. Suas operações abrangem territórios no México, Brasil, na Guatemala, Colômbia e Argentina, e, em nível nacional, na Costa Rica, Nicarágua, no Panamá, Uruguai e na Venezuela mediante um investimento na KOF Venezuela. Para mais informações visite www.coca-colafemsa.com