O destino dos inconformados

O destino dos inconformados

Como bem escreveu Frédéric Bastiat (1801-1850) em seu livro “A Lei”, todos nós temos naturalmente, concedido por Deus, o direito de proteger nossa vida, nossa propriedade e nossa liberdade. Segundo Bastiat, esses três elementos são essenciais para a vida e se complementam. Nossas escolhas são uma extensão de nossa personalidade, e nossa propriedade é uma extensão de nossas escolhas.

Todo governo sério deve proteger o direito de cada pessoa de ter as mesmas oportunidades. Isso significa garantir acesso à educação e saúde para todos, assegurar justiça e segurança, e fornecer infraestrutura básica como transporte, energia e saneamento básico. Em uma sociedade que oferece essas condições, todos entenderiam seus deveres e responsabilidades. As pessoas não culpariam umas às outras por suas escolhas, assim como não culpamos o vento no dia frio ou o sol no dia quente. Conheceríamos o governo pelo benefício de garantir a inviolabilidade de nossos direitos naturais.

O problema começa quando a lei é distorcida. Começamos então a viver em uma sociedade insegura, onde as pessoas se confundem sobre seus direitos e deveres, e surge um jogo de vaidades. Legaliza-se tirar de alguém o que lhe pertence e dar a outra pessoa, usando a lei para isso. Um ato que seria crime se feito por um cidadão comum, dependendo de quem o pratica, se torna legal.

Adam Smith, outro importante pensador liberal, disse em “A Riqueza das Nações”: “O grande segredo da liberdade e da felicidade é a segurança da propriedade”. Quando a lei é usada para tomar de uns e dar a outros, perdemos essa segurança e, com ela, nossa liberdade e felicidade.

Vejo isso na política brasileira. Mas como Jaguariúna é o Brasil que podemos mudar, vou falar da nossa cidade. Não gosto dessa política de vingança. Vejo muitos debates entre grupos políticos na cidade, e me preocupa que nunca falam em devolver o poder ao cidadão e acabar com os privilégios das oligarquias políticas. Muito pelo contrário, quando o assunto é privilégio, se possível e pelo único objetivo de poder, grupos políticos que brigavam há anos se juntam para se servir do povo. Quando assumem o poder, usam a lei para se beneficiar, especialmente em acordos políticos, distribuição de cargos e contratos na prefeitura. Dizem: “agora é a vez do nosso grupo, da nossa família, dos nossos amigos; eles vão pagar pelo que fizeram a nós”. Sempre me pergunto, quando será a vez do povo, dos pagadores de impostos desta cidade? Não existe dinheiro público; existe o dinheiro que sai dos bolsos de cada cidadão.

Como defensor da economia de livre mercado, tenho que ressaltar que a promoção da livre concorrência, ou livre iniciativa, se assim preferir chamar, é essencial para garantir a independência das pessoas dos poderosos. Quando o mercado é livre, todos têm a chance de prosperar através do próprio esforço, sem depender de favores ou privilégios. Isso reduz o poder das oligarquias e aumenta a igualdade de oportunidades para todos.

É um desafio, mas se questionarmos a moralidade desses métodos usados por essa velha política, que se vende como novidade, vão nos criticar dizendo: “Você é inovador demais, teórico demais, fala bonito demais, quer ser certo demais”, entre outras coisas. Mas só porque algo é legal, não significa que é moral e justo. Essas pessoas não gostam de conversar ou responder a esses questionamentos porque suas escolhas não são baseadas em bons princípios e valores. Muitas vezes, suas boas ações para os mais pobres, que exibem nas redes sociais, têm o único objetivo de esconder suas práticas de distorcer a lei e a moralidade. Assim, os oprimidos não se libertarão dessa politicagem barata. Enquanto a função do governo e da lei for distorcida, haverá conflitos e falta de harmonia na sociedade.

A Bíblia nos ensina em Provérbios 29:2: “Quando os justos governam, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme.” Precisamos de um governo de justos, que olhe para todos, não apenas para um grupo de amiguinhos.

Alguns se acomodam, outros se incomodam. A boa notícia é que os inconformados podem quebrar esse ciclo de governos feitos para favorecer apenas alguns. Não podemos nos omitir. Precisamos agir de maneira estratégica, como dizia Abraham Lincoln: “O voto tem mais força que um tiro de espingarda.” Enfim, muito prazer, se você chegou até aqui, acredito que somos inconformados e queremos protagonizar um novo tempo na história de Jaguariúna. Sim, é possível! A Jaguariúna admirável dos nossos sonhos só depende de nós.

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Ton Proêncio

Administrador formado pelo Centro Universitário de Jaguariúna - UniFAJ, Especialista em Economia Financeira pela Unicamp, eleito o 3º Vereador mais votado em Jaguariúna, Líder Livres e Defensor da causa Empreendedora

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