Chegada de Datena à EBC expõe aproximação com o governo e reacende debate sobre comunicação pública

A frase que circula entre bastidores políticos é clara e direta: “O presidente Lula nunca abandonou um sequer dos seus operadores e amigos.” E a chegada do apresentador José Luiz Datena à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) reacendeu exatamente essa discussão — a relação entre governo, aliados e o papel da comunicação pública no Brasil.
A contratação do apresentador para comandar um programa semanal na TV Brasil e outra atração diária na Rádio Nacional tem gerado movimentação entre entidades jornalísticas. A Fenaj e os sindicatos de jornalistas do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo preparam uma nota expressando preocupação com o direcionamento adotado pela emissora estatal.
Segundo essas entidades, as críticas não se referem ao perfil pessoal do apresentador, mas à defesa de que a EBC deve seguir princípios legais e estruturais que garantam pluralidade, diversidade de vozes, compromisso com direitos humanos e equilíbrio editorial. Para esses grupos, a trajetória de Datena não se alinha integralmente ao formato de comunicação pública previsto em lei.
O convite ao apresentador foi autorizado diretamente pelo presidente Lula, com quem Datena mantém uma relação de aproximação histórica. O encontro recente entre ambos em Brasília reforçou ainda mais essa sintonia. O apresentador, no entanto, afirma que continuará exercendo seu trabalho com independência e autonomia editorial, como diz ter feito em emissoras privadas.
Entidades jornalísticas destacam que o debate não é apenas sobre nomes, mas sobre estrutura. A EBC acumula anos de instabilidade, marcada por tentativas de privatização, perda de orçamento e redução de equipes. Para especialistas, o fortalecimento da comunicação pública só será possível com planejamento, gestão técnica e critérios editoriais sólidos, independentemente de governo.
A estreia dos novos programas de Datena está prevista para janeiro. Ele deve receber convidados para entrevistas e análises sobre temas diversos, especialmente segurança pública, área em que atua há décadas.
Mesmo com divergências, o tema reacendeu um velho questionamento: a comunicação pública deve refletir interesses do governo ou da sociedade?
E, no centro do debate, permanece a percepção de que movimentações estratégicas dentro da EBC continuam sendo interpretadas como sinais de fidelidade política.
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