LULA: DO SUCESSO INICIAL AO DESGASTE DO PODER
No primeiro mandato, Lula se destacou como uma liderança capaz de unir forças políticas e apresentar resultados que marcaram sua gestão. Programas sociais, aumento do emprego e políticas de inclusão social deram a impressão de um governo sólido e comprometido com o povo brasileiro. A popularidade atingiu níveis históricos, e muitos viram nele a esperança de um país mais justo.
No segundo mandato, contudo, surgiram sinais claros de desgaste. Escândalos começaram a minar a imagem do governo, alianças políticas questionáveis foram feitas em nome da manutenção do poder, e decisões administrativas controversas abriram caminho para a crise que culminaria anos depois com o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sensação de estabilidade se desfez, deixando o governo vulnerável a pressões e desgastes que ninguém mais poderia ignorar.
Entre o terceiro e o quarto mandato, a situação se agravou. Lula retorna ao poder em um cenário totalmente diferente: a população está mais crítica, a economia enfrenta desafios históricos e a confiança nas instituições políticas diminuiu significativamente. Hoje, seu governo precisa lidar com crises simultâneas — corrupção, inflação, desemprego e polarização política — fatores que testam a capacidade do ex-presidente de se manter relevante.
O que antes era visto como liderança incontestável agora encontra resistência não apenas da oposição, mas também de parte da própria base aliada. Manobras políticas que funcionavam em gestões passadas hoje são questionadas, e a imagem de Lula sofre com o peso de seu histórico de escândalos. A percepção pública mudou: não é mais o líder carismático que mobilizava multidões, mas um político com um longo legado de erros e polêmicas.
Além disso, a pressão internacional e a exigência por resultados concretos em áreas críticas, como infraestrutura, educação e segurança, só aumentam a responsabilidade do governo. O desgaste da popularidade reflete diretamente na capacidade de governar e de manter apoio político, tornando o quarto mandato uma tarefa árdua e repleta de obstáculos.
Lula enfrenta, portanto, o desafio de equilibrar expectativas históricas, promessas de campanha e a dura realidade do país. Cada decisão é observada com lupa, e qualquer deslize se transforma em combustível para críticos e opositores. O que antes era poder absoluto agora exige cautela, estratégia e, acima de tudo, resultados visíveis para tentar recuperar a confiança perdida.
O Brasil, por sua vez, observa com atenção. O que se espera não é apenas manutenção do poder, mas liderança capaz de enfrentar crises e entregar soluções reais à população. O ex-presidente terá de provar, mais uma vez, que pode superar os erros do passado e conduzir o país em meio às turbulências políticas e econômicas que marcaram seu retorno ao Planalto.
✍️ Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.
