“Tem que decapitar o presidente”: Lula choca ao defender punição extrema em países com fome

📍 Brasília – 6 de agosto de 2025
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Durante uma reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), realizada nesta terça-feira (5) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causou polêmica ao afirmar que presidentes de países onde há fome deveriam ser decapitados. A declaração, feita em tom aparentemente figurativo, provocou reações imediatas nas redes sociais e entre parlamentares da oposição.
“No governo que tiver alguém passando fome, tem que decapitar o presidente”, disse Lula, ao comentar que a luta contra a fome deveria ser uma “obrigatoriedade constitucional”.
O encontro foi marcado por um clima emocional. Lula celebrou o fato de o Brasil ter saído do Mapa da Fome, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), e relembrou sua infância pobre, quando, segundo ele, só comeu pão pela primeira vez aos sete anos. Também contou episódios de quando passou fome enquanto trabalhava como operário.
Apesar do contexto de fala emotiva, o uso da palavra “decapitar” gerou intensa controvérsia. Parlamentares, analistas e juristas avaliaram a declaração como inaceitável para um chefe de Estado, ainda que usada de forma metafórica.
Nas redes sociais, a fala foi duramente criticada. O termo “decapitar” rapidamente entrou nos trending topics, com usuários apontando o autoritarismo da linguagem presidencial. Parlamentares da oposição acusaram Lula de incitar violência simbólica e reforçar uma retórica incompatível com os princípios democráticos.
Analistas também destacam a contradição: o próprio Brasil enfrenta atualmente agravamento da insegurança alimentar em diversas regiões, com milhões de brasileiros ainda abaixo da linha da pobreza, dependentes de programas de assistência para garantir o básico.
A declaração ocorre num momento em que o governo já enfrenta fortes pressões internas e externas — especialmente após a implementação do tarifaço imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros e a recente decisão polêmica do STF envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Falas como essa, vindas da principal autoridade da República, inflamam o ambiente político e aprofundam a divisão social já existente no país. O Brasil precisa de responsabilidade institucional, não de declarações que flertam com o extremismo verbal.
—
Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.