CNH sem Autoescola: Liberdade ou Risco nas Estradas?
O Governo Federal reacendeu um debate polêmico ao propor o fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a conquista da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A ideia é simples: o candidato poderia aprender a dirigir com quem quiser e, depois, comprovar sua capacidade apenas nas provas do Detran.
De imediato, a reação foi explosiva. O setor de autoescolas enxerga a medida como uma sentença de morte para milhares de empresas espalhadas pelo Brasil. São vozes que denunciam a possibilidade de falências em massa, desemprego e até aumento nos acidentes de trânsito.
Mas há outro lado. Hoje, milhões de brasileiros já dirigem sem habilitação. Não porque não querem estar dentro da lei, mas porque os custos e a burocracia afastam justamente quem mais precisa do documento para trabalhar e sobreviver. É aí que o governo sustenta seu argumento: tornar o acesso à CNH mais democrático, mais barato e, principalmente, mais realista diante da situação atual.
O dilema é claro. De um lado, a defesa de um modelo que gera empregos, mas que muitas vezes pesa no bolso do cidadão. Do outro, uma proposta que pode aliviar o caminho do motorista, mas que precisa garantir que o rigor das provas seja inegociável.
Afinal, de nada adianta simplificar o processo se o resultado for um trânsito ainda mais violento e perigoso. O equilíbrio está em abrir as portas da habilitação sem abrir mão da responsabilidade.
No fim, a pergunta que fica é: o Brasil está pronto para confiar mais no cidadão e menos no sistema?
— Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.
