STF AFROUXA PROIBIÇÃO DE CELULARES APÓS POLÊMICA EM JULGAMENTO DE “TRAMA GOLPISTA”


Depois de lacrar os celulares de jornalistas e advogados durante o julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), recuou. Em nova sessão realizada nesta terça-feira (6/5), o uso de celulares foi liberado novamente no plenário da Primeira Turma.
A medida vem após forte pressão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que criticou a arbitrariedade da decisão anterior, considerada um ataque à liberdade de imprensa e ao direito à ampla defesa. Agora, durante a análise da denúncia contra o núcleo 4, acusado de disseminar desinformação contra o processo eleitoral, o uso dos aparelhos foi normalizado.

O STF alegou que a restrição foi “excepcional” e fruto de “consenso entre os ministros”, mas o episódio levanta um questionamento grave: quando a exceção vira regra para silenciar e controlar? Na prática, a medida serviu para impedir registros e restringir o acesso à informação pública — justamente em um julgamento de enorme relevância nacional.
Vale lembrar que, na sessão que gerou a polêmica, o denunciado Filipe Martins estava presente em plenário, e a restrição foi usada como justificativa para que ele não fosse fotografado — algo inaceitável em uma democracia onde a transparência deve ser a base da Justiça.
A decisão de agora apenas revela o desconforto gerado pela repercussão negativa e mostra que, quando o sistema é confrontado, ele recua. Mas até quando a população terá que vigiar a Justiça para garantir seus próprios direitos?
Jornalista Robertão Chapa Quente do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.