O Brasil paga mal quem arrisca a vida: o salário do policial é um escândalo silencioso


Por Robertão Chapa Quente
Enquanto países desenvolvidos valorizam quem coloca a própria vida em risco para proteger a sociedade, o Brasil maltrata seus heróis fardados. O policial brasileiro é, sem exagero, um dos piores remunerados do mundo — e, ao mesmo tempo, um dos que mais enfrenta perigos em seu dia a dia.
E por quê?
Porque neste país se criou uma cultura de desprezo histórico, desrespeito político e abandono ideológico em relação à segurança pública. Governadores fazem promessas, mas depois esquecem quem segura a bronca nas ruas. Para muitos políticos, o policial não é prioridade — é apenas mais um custo a ser contido no orçamento.
Hoje, em vários estados, um policial militar recém-formado não consegue sustentar sua família com dignidade. E isso quando não precisa comprar com o próprio dinheiro colete, lanterna, armamento ou gasolina da viatura. O cara enfrenta criminoso armado com fuzil, enquanto ganha pouco mais de um salário mínimo e ainda escuta que faz parte da “opressão do Estado”.
Enquanto isso, lá fora, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália, um policial começa ganhando o equivalente a R$ 15 mil, com estrutura, plano de carreira e respeito da sociedade. Aqui, o policial ou faz bico ou passa necessidade.
É revoltante. É inaceitável. É vergonhoso.
Não dá mais para tratar o policial como descartável. Valorizar a farda é valorizar a vida, é valorizar o cidadão de bem, é fortalecer o país. Nenhuma nação avança sem segurança pública forte — e não existe segurança sem policial bem pago, treinado e respeitado.
Essa é a realidade. E ela precisa mudar.
Eu sou Robertão Chapa Quente, e tô de olho. Quem vive na pele sabe: a base do Brasil é feita por trabalhador, pai de família, cristão, policial, bombeiro, enfermeiro, agricultor, e todos que saem cedo e voltam tarde. Essa gente precisa ser tratada com dignidade — e não como peso morto.
Valorizar o policial é um dever de honra. E quem não entende isso, não merece estar no poder.