Justiça ou Vingança?

O que está em jogo no Brasil de hoje não é a defesa de um político específico, mas a defesa da própria essência da justiça. Uma justiça verdadeira não pode ser confundida com o desejo de revanche, nem usada como moeda de troca para alimentar ressentimentos históricos.
Quando uma sentença carrega mais a marca do ódio do que o peso da lei, não há justiça. O que se vê é vingança. E vingança nunca construiu uma nação equilibrada, apenas reforçou divisões e cicatrizes que custam a cicatrizar.
Não se trata de defender Bolsonaro ou qualquer outro nome. O ponto central é questionar a forma como a justiça está sendo usada como instrumento de perseguição política. Uma justiça seletiva não serve ao povo, serve apenas a interesses ideológicos.
A esquerda, marcada por derrotas históricas e feridas abertas desde o período militar, encontrou na figura de Bolsonaro o inimigo perfeito para extravasar décadas de ressentimento. Mas transformar tribunais em arenas de revanche não fortalece a democracia, apenas a enfraquece.
A justiça deveria ser cega, mas no Brasil parece enxergar demais quando convém e fechar os olhos quando não interessa. Enquanto uns são alvos de processos velozes e duros, outros permanecem blindados, como se vivessem acima da lei. Essa desigualdade mina a confiança popular.
O povo percebe a manipulação. Não é preciso ser jurista para entender quando uma decisão é carregada de parcialidade. E quando a justiça perde a credibilidade, perde-se também o alicerce de qualquer democracia sólida.
A vingança pode até dar a sensação de vitória momentânea para alguns, mas cobra um preço alto: a destruição da imparcialidade e a transformação da lei em arma de guerra política. Quem ganha com isso não é o Brasil, mas aqueles que querem o país permanentemente dividido.
Uma justiça verdadeira não age por raiva, não escolhe inimigos e não protege aliados. Ela se fundamenta em provas, em equilíbrio e em igualdade de tratamento. Quando isso não acontece, não estamos diante de justiça, mas de manipulação.
É hora de separar a lei da política, a justiça da vingança e os tribunais do ódio. Só assim o Brasil poderá trilhar um caminho de maturidade institucional e respeito democrático.
No fundo, o debate não é sobre Bolsonaro ou qualquer outro político. É sobre garantir que a justiça não se transforme em palco de acertos pessoais, mas permaneça firme como o pilar que sustenta a liberdade de todos.
IMAGEM . REPRODUÇÃO
✍️ Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.