Operação “Olhos de Águia” desarticula esquema de corrupção na GCM de Itapira


Na manhã desta segunda-feira (15), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em conjunto com o 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, deflagrou a operação Olhos de Águia, com alvos em Itapira, Mogi Guaçu e Holambra. A ação resultou na prisão temporária de três Guardas Civis Municipais de Itapira, acusados de envolvimento em práticas de extorsão e corrupção.
Segundo o Ministério Público, as investigações tiveram início a partir de denúncias que apontavam a cobrança de valores ilícitos por parte dos agentes. Em alguns casos, os investigados exigiam dinheiro de traficantes para que não fossem presos em flagrante. Em outra situação, uma pessoa teria sido detida de forma irregular após se recusar a pagar a quantia solicitada.
A operação contou com a participação de cinco promotores de justiça, sete servidores do Ministério Público e cerca de 40 policiais militares. Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão, visando colher provas que reforcem as acusações.

Os crimes investigados incluem extorsão, corrupção passiva, falso testemunho e falsa comunicação de crime, o que pode acarretar em penas severas aos envolvidos. O Ministério Público destacou que os suspeitos utilizavam a função pública para encobrir atos ilícitos, simulando prisões regulares enquanto, na realidade, agiam em benefício próprio.
O nome da operação, “Olhos de Águia”, simboliza a capacidade de enxergar além das aparências, identificando detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Segundo o GAECO, a escolha reflete a necessidade de investigar com profundidade práticas ilegais cometidas por aqueles que deveriam zelar pela segurança da população.
A ação demonstra a integração entre Ministério Público e Polícia Militar no combate à corrupção dentro das instituições públicas. Para os investigadores, é fundamental garantir que abusos de autoridade e práticas criminosas não se perpetuem em órgãos de segurança que têm a missão de proteger a sociedade.
A operação também expõe a fragilidade que atos como esses causam na credibilidade das Guardas Civis Municipais, que em sua grande maioria atuam de forma correta e comprometida com a lei. Casos isolados de corrupção, quando descobertos, precisam ser enfrentados com rigor para não manchar o trabalho da corporação como um todo.
De acordo com o GAECO, maiores informações serão apresentadas ao longo das investigações. O processo segue em andamento, com análise do material apreendido e coleta de novos depoimentos que possam ampliar a compreensão do esquema.
O desdobramento da operação poderá trazer novas revelações sobre a participação de outros agentes ou até mesmo a existência de ramificações em cidades vizinhas. O Ministério Público e a Polícia Militar reiteram que as apurações continuarão até que todos os responsáveis sejam identificados.
Essa ação representa mais um passo no enfrentamento à corrupção e serve como alerta para que o poder público atue com firmeza, garantindo que a lei seja cumprida por todos, inclusive por aqueles que têm o dever de aplicá-la.
— Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.