JÁ PODEMOS O MOSQUITO DE GENOCIDA ?

JÁ PODEMOS O MOSQUITO DE GENOCIDA ?

Mortes por dengue em 2024 superam óbitos por Covid-19: análise e contexto

Em 2024, o Brasil enfrentou um cenário alarmante: as mortes causadas pela dengue ultrapassaram os óbitos registrados pela Covid-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto a dengue foi responsável por cerca de 1.200 mortes em todo o país, as fatalidades relacionadas à Covid-19 somaram pouco mais de 900 casos, marcando um ponto de inflexão na gestão de saúde pública no país.

A gravidade desse cenário levanta debates importantes. Uma pergunta central é se a elevada mortalidade causada por uma doença evitável, como a dengue, poderia ser considerada um reflexo de negligência ou mesmo de políticas insuficientes de combate ao problema — caracterizando, para alguns, um “genocídio” em sentido figurado, ligado à falha em proteger vidas.

Dengue: um desafio contínuo

A dengue é uma doença endêmica no Brasil, e surtos são frequentes, principalmente em períodos de alta temperatura e chuvas intensas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Em 2024, fatores como o aumento de áreas com saneamento básico precário, a falta de campanhas efetivas de conscientização e o relaxamento das políticas de controle do mosquito agravaram o problema.

Comparação com a Covid-19

Enquanto a dengue se espalhou de forma acelerada em 2024, a vacinação em massa contra a Covid-19 e as campanhas para controle da doença ajudaram a reduzir drasticamente o número de óbitos relacionados ao coronavírus. Porém, o foco no combate à pandemia pode ter deslocado recursos e atenção de outras prioridades de saúde pública, como a luta contra a dengue.

É um genocídio?

O termo “genocídio” é carregado de peso jurídico e histórico, sendo usado, geralmente, para descrever ações deliberadas de extermínio de grupos específicos. No contexto da saúde pública, ele é empregado por alguns como forma de crítica contundente à negligência ou à falta de ações governamentais efetivas.

Especialistas apontam que:

Prevenção negligenciada: A ausência de políticas consistentes e contínuas para eliminar focos do mosquito e educar a população sobre a dengue é vista como um fator-chave no aumento de mortes.

Saneamento básico deficitário: A precariedade no acesso a água potável e esgoto em muitas regiões cria um ambiente propício para a reprodução do Aedes aegypti.

Recursos insuficientes: A alocação inadequada de verbas para a saúde pública, somada à descentralização das ações, prejudicou o combate à doença.

Conclusão

Embora o uso do termo “genocídio” possa ser uma crítica à ineficiência governamental, é importante entender que as mortes por dengue refletem, em grande parte, desafios estruturais do Brasil, como desigualdade, falta de infraestrutura e gestão de saúde pública deficiente.

O combate à dengue é responsabilidade coletiva, envolvendo governos, municípios e cidadãos. Enquanto não houver um esforço coordenado e contínuo para controlar o mosquito e educar a população, o Brasil continuará enfrentando perdas evitáveis de vidas.

Robertão Chapa Quente, sempre atento, segue acompanhando os desdobramentos e as cobranças por políticas públicas eficazes. Fique informado pelas plataformas do Jornal Digital Regional e nas redes sociais.

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Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

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