Indústria da Multa: O Esquema Que Enche os Cofres das Prefeituras e Sangra o Povo .

Indústria da Multa: O Esquema Que Enche os Cofres das Prefeituras e Sangra o Povo .

.

.

Em várias cidades do Brasil, principalmente nos pequenos e médios municípios, está em curso uma verdadeira indústria da multa, um sistema cruel e perverso que usa o aparato da fiscalização para punir o cidadão de bem, enquanto serve como máquina arrecadatória para as prefeituras.

O que deveria ser um instrumento de ordem e segurança no trânsito se transformou em uma armadilha planejada. Em vez de educar e proteger, os agentes — muitos deles sob ordens diretas de gabinetes municipais — atuam como caçadores de infratores, nem sempre com critérios técnicos ou legais. Há casos graves de policiais, fardados, utilizando talões de multas que pertencem às prefeituras, o que levanta sérias suspeitas sobre acordos e convênios que ultrapassam o limite da legalidade e da moralidade.

Estamos diante de um cenário em que o Estado, através dos braços municipais, transforma a multa em ferramenta de enriquecimento ilícito dos cofres públicos. Em muitas localidades, as multas aparecem como a terceira ou quarta maior fonte de arrecadação — ultrapassando até receitas de setores produtivos.

Pior: há denúncias de pontos armados estrategicamente para pegar motoristas de surpresa, com agentes escondidos em esquinas, viaturas descaracterizadas e radares móveis posicionados em locais sem qualquer sinalização prévia. Um golpe disfarçado de fiscalização.

O abuso é tão evidente que motoristas estão sendo autuados por infrações inexistentes, com base em interpretações subjetivas da lei, sem direito à ampla defesa, com recursos administrativos que se transformam em mera formalidade burocrática — um verdadeiro teatro para fingir legalidade.

Quando o cidadão se vê vítima dessa prática, percebe que não há transparência. Não há diálogo. Não há justiça. Há apenas um sistema fechado, armado para punir, arrecadar e manter o ciclo de exploração.

A denúncia da indústria da multa não é apenas uma suposição — é uma realidade escancarada em diversas cidades brasileiras, onde a arrecadação por multas de trânsito ultrapassa os limites do bom senso e denuncia práticas que beiram o confisco. Veja abaixo três exemplos concretos de cidades onde esse sistema já está sendo amplamente questionado:

1. Limeira (SP)

A cidade de Limeira, no interior de São Paulo, virou referência negativa quando o assunto é indústria da multa.

Segundo moradores e motoristas, radares móveis são posicionados de maneira estratégica, escondidos atrás de árvores e placas de sinalização, com o claro objetivo de pegar os motoristas de surpresa.

Além disso, há denúncias de agentes de trânsito aplicando multas em locais duvidosos, como zonas de carga e descarga mal sinalizadas e ruas recém-modificadas sem aviso prévio à população.

A arrecadação com multas na cidade já chegou a mais de R$ 15 milhões por ano, número alarmante para uma cidade de médio porte.

2. São José dos Campos (SP)

Em São José dos Campos, a população já se organizou contra o que chamam de “fábrica de multas”.

Denúncias apontam que agentes da mobilidade urbana aplicam penalidades em horários e locais sem qualquer tipo de advertência educativa, apenas com foco na arrecadação.

Os radares eletrônicos, muitos deles fixos e mal sinalizados, registram milhares de infrações todos os meses, especialmente em pontos onde a velocidade máxima muda abruptamente.

O município já foi alvo de ações civis públicas por suspeita de arrecadação abusiva.

3. Americana (SP)

Outro exemplo preocupante é o de Americana, também no interior paulista.

Nos últimos anos, a cidade aumentou drasticamente o número de radares e a fiscalização ostensiva com foco em arrecadação.

Há relatos de policiais militares utilizando talões de multa vinculados à administração municipal, o que levanta sérias suspeitas de convênios informais e acordos entre o poder executivo e órgãos de segurança.

Motoristas alegam que em várias situações são autuados sem justificativa técnica e com pouca possibilidade de defesa.

O valor arrecadado com multas já se tornou uma das principais fontes de receita da cidade, algo que preocupa juristas e defensores dos direitos do contribuinte.

E onde está o Ministério Público? Onde estão os órgãos de controle? Onde está a imprensa nacional?

Este esquema precisa ser exposto. A relação entre agentes públicos e prefeituras precisa ser investigada a fundo. A atuação de policiais utilizando blocos municipais para multar deve ser imediatamente interrompida e fiscalizada. E acima de tudo, o povo — que já paga uma das cargas tributárias mais altas do mundo — precisa ser respeitado.

A indústria da multa é um roubo institucionalizado. É preciso dizer com todas as letras: estão saqueando o bolso do trabalhador brasileiro sob o pretexto de manter a ordem.

O povo está cansado. O povo não aguenta mais pagar por tudo. Está na hora de dar um basta.

Chega de abuso. Chega de conluio. Chega de prefeituras enriquecendo à custa da humilhação dos motoristas.

Jornalista Robertão Chapa Quente, o jornalista policial número um do Circuito das Águas Paulista — do Jornal Digital Regional, Jornal Circuito Paulista, Jornal Digital do Brasil, TV Digital e RMC TV.

Compartilhe!

Robertão Chapa Quente

• Diretor do Jornal Digital do Brasil • TV DIGITAL • Apresentador do Programa Chapa Quente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.