COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NAS ESCOLAS

Um dos assuntos dos últimos dias no Brasil e que tive a oportunidade de conversar com a especialista Karina Florido Rodrigues a qual escreveu um belo texto o qual compartilho com vocês.

“Combate à violência nas escolas: a importância da comunicação não violenta,
mediação de conflitos e cultura de paz”.

Nos últimos dias a questão da segurança nas escolas voltou à baila em virtude de
ataques ocorridos em escolas, tanto por alunos quanto por agentes externos ao
ambiente escolar. Toda vez que algo assim acontecem surgem as mais diversas soluções
imediatistas. Que não fazem o principal, que é tratar a causa, a prevenção sempre é o
mais sábio quando falamos de segurança. Todos os estudos e casos de sucesso nesse
sentido, no mundo, começam com a prevenção.
A violência nas escolas é um problema sério que afeta alunos, professores e toda
a comunidade educacional. Muitas vezes, esse comportamento é motivado por bullying,
falta de respeito e comunicação agressiva entre os estudantes. Para combater esse
problema, é necessário que haja uma mudança de mentalidade em toda a comunidade
escolar, através da aplicação de técnicas de comunicação não violenta, mediação de
conflitos e incentivo à cultura de paz.
O ambiente escolar sempre deve ser de paz e acolhimento, detectores de metal,
altos muros e policiais dentro de escolas fazendo patrulhamento não será a poção
mágica que resolverá a questão. Armas não matam pessoas, o que mata é o desejo de o
fazer, e o indivíduo, imbuído dessa opção o fará com o que tiver a mão, inclusive uma
faca de cozinha. Tomemos como exemplo o garoto que tirou a vida da professora em São
Paulo semana passada, fez uso de uma faca que poderia ser obtida dentro da própria
escola, esse menino, não seria impedido de fazer por um detector de metais, mas
poderia ter sido impedido se os sinais tivessem sido observados. A culpa seria da escola
então? Da família? São diversos fatores e não existem culpados, existe sim falta de ações
para que possamos lidar com isso e prevenir que se chegue ao ponto da tragédia.
O caso de Blumenau é um exemplo de que nosso Código Penal é defasado e que a
Lei de Execuções Penais não é aplicada como deveria, visto que o agressor tem passagem
de violência grave em seu histórico, se ele tivesse tido atendimento adequado,
certamente não estaria nas ruas cometendo crimes. Não foi vingança, não foi bullyng,
foi a perturbação de um indivíduo com uma psicopatia que foi devolvido ao convívio
social sem nenhum cuidado por parte do Estado. Infelizmente, como ele, existem muitos
vivendo entre nós.
As causas da violência nas escolas são diversas e podem incluir fatores como
bullying, discriminação, falta de respeito e compreensão entre os alunos, além de
problemas de ordem pessoal, como dificuldades familiares e emocionais. Para
solucionar esse problema, é necessário que haja uma mudança de comportamento e
atitude, tanto por parte dos estudantes quanto dos profissionais que trabalham na
escola. E daí vem outro grande problema, a desvalorização dos professores, falta de
reciclagem e investimento no ser humano que tem a missão de educar. Ou seja, faltanos políticas públicas.
Uma das soluções é incentivar a cultura de paz, por meio da realização de
atividades e projetos educacionais que promovam valores como respeito, diálogo,
tolerância e solidariedade. Além disso, a mediação de conflitos e o uso da comunicação
não violenta são técnicas que podem ajudar a resolver conflitos de maneira pacífica, sem
recorrer à violência. Rondas escolares, com viaturas em maior número para esse fim,
efetuadas pelas guardas municipais dos municípios seria um grande agente preventivo,
porém não há profissionais suficientes e com a escassez de policiais militares em
municípios menores, a guarda acaba tendo que realizar função de policiamento
ostensivo, que seria de outra corporação.
A comunicação não violenta é uma ferramenta poderosa que pode ajudar a
construir relações mais saudáveis e respeitosas entre os estudantes, incentivando-os a
expressar seus sentimentos e opiniões de maneira construtiva, sem recorrer à agressão.
Para isso, é necessário que a escola promova palestras, workshops e treinamentos para
ensinar e praticar essas técnicas com os alunos.
Outra solução é o incentivo à criação de grupos de diálogo, onde os alunos possam
discutir questões que os afetam e buscar soluções conjuntas para os problemas
enfrentados. Essa prática pode ajudar a construir uma comunidade escolar mais unida,
consciente e engajada na promoção de um ambiente escolar saudável e seguro.
Além disso, é fundamental que a escola esteja atenta aos casos de bullying,
discriminação e outros comportamentos violentos, e que promova ações para combater
essas práticas, como a criação de programas de prevenção e conscientização, além de
medidas disciplinares quando necessário.
Em conclusão, a violência nas escolas é um problema complexo que requer uma
abordagem multidisciplinar para sua resolução. A aplicação de técnicas de comunicação
não violenta, mediação de conflitos, incentivo à cultura de paz e combate ao bullying
são medidas que podem contribuir significativamente para a criação de um ambiente
escolar mais saudável, seguro e acolhedor para todos os envolvidos. É necessário que a
escola assuma um papel ativo nesse processo e que todos os membros da comunidade
educacional estejam engajados em promover a cultura de paz e a não-violência como
valores fundamentais da educação.
Em uma sociedade moderna não se combate violência com violência, há tempos
abolimos a lei do talião, onde tínhamos o olho por olho e dente por dente. Combatemos
a violência com políticas públicas para a segurança.

Karina Florido Rodrigues
Especialista em Direito Penal e Gestão e Inteligência em Segurança Pública

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João Rodrigues dos Santos

Empreendedor do BEM, Empresário, Conselheiro de Empresas, EMPRETECO 2002, Vendedor Certificado, Master Coach, Master Mind, Lider do Partido NOVO, Lider Empresarial, NETWORKER, Leader & Strategic USDC

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